domingo, 10 de maio de 2015

CONSTRUÇÃO E ESTRUTURA

1 CONSTRUÇÃO E ESTRUTURA

1.1      Materiais

    
Segundo Oliveira (2008) em uma construção todos os materiais, desde um martelo até o bloco pré-moldado são materiais de construção, alguns evoluem conforme a tecnologia enquanto outros não sofrem nem um tipo de alteração. Para delimitar a gama de matérias a ser estudado, restringiremos ao princípio de “Materiais Básicos para Construção Civil” conforme ditado por Oliveira (2008), onde os mesmos são suficientes para confeccionar uma estrutura simples.

O especialista em engenharia civil deverá escolher os materiais de acordo com suas condições técnicas (aplicabilidade), econômicas (com menor custo) e estéticas (confortável) (SILVA, 2008).







1.2      Agregados


“[...] a definição de agregado é a seguinte: material particulado, incoesivo, de atividade química praticamente nula, constituído de misturas de partículas cobrindo extensa gama de tamanhos. Especificamente na construção civil a definição de agregado pode ser resumida como: ma­terial granuloso e inerte, que entra na composição das argamassas e concretos, contribuindo para o aumento da resistência mecânica e redução de custo na obra em que for utilizado [...]”  (BAUER, 2008, p. 58)
    
     Os agregados, como próprio nome diz, são materiais de construção que agregam-na na formação da massa, ou seja, compõe a mistura das massas das construções, ajudam a diminuir o custo final da obra devido ao baixo valor agregado deste material.          
     Segundo a ABNT (NBR 7211, 2009, p. 3) existe duas formas de se classificar os agregados: agregado miúdo e graúdo, ou seja, os grãos são classificados conforme sua dimensão.
     Os agregados que provem de região litorânea, que podem estar contaminadas ou com sal, além de necessitarem seguir parâmetros e limites de cloreto e sulfato, geralmente são contra indicados para a engenharia, que por sua vez, possuem durabilidade duvidosa.
Os agregados podem ser artificiais ou naturais; por exemplo, a areia e o cascalho são encontrados com facilidade na natureza, em contra partida, a brita precisa ser processada (britada) para assumir o formato ideal.

1.2.1     Pedra Brita


     A pedra brita é classificada como graúdo. Segundo Bauer (2008) a brita é resultado de um processo de britagem, ou seja, são rochas maiores que são quebradas até atingir o tamanho necessário (2,4 a 64mm) para utilização em uma obra.
     A brita é misturada a massa de concreto, que porventura, tem como objetivo incrementar e diminuir o custo da obra.
     De acordo com Bauer (2008), a pedra brita recebe as mais diversas definições de acordo com o seu tamanho:

“Brita: agregado obtido a partir de rochas compactas que ocorreram em jazidas, pelo processo industrial de frag­mentação da rocha maciça.
Rachão: agregado constituído do material que passa no britador primário e é retido na peneira de 76mm. É a fra­ção acima de 76mm da bica-corrida primária. O rachão também é conhecido como “pedra de mão” e geralmente tem dimensões entre 76 e 250mm.
Bica-corrida: material britado no estado em que se encontra à saída do britador. Chama-se primária quando deixa o britador primário (graduação na faixa de 0 a 300 mm) e secundária, quando deixa o britador secundário (gradua­ção na faixa de 0 a 76 mm).
Pedra Britada: produto da diminuição artificial de uma rocha, geralmente com o uso de britadores, resultando em uma série de tamanhos de grãos que variam de 2,4 a 64mm. Esta faixa de tamanhos é subdividida em cinco gradu­ações, denominadas, em ordem crescente, conforme os diâmetros médios: pedrisco, brita 1, brita 2, brita 3 e brita 4.
Pó de pedra: Material mais fino que o pedrisco, sendo que sua graduação varia de 0/4,8mm. Tem maior porcenta­gem de finos que as areias padronizadas, chegando a 28% de material abaixo de 0,075, contra os 15% da areia para concreto.
Areia de brita: obtida dos finos resultantes da produção da brita dos quais se retira a fração inferior a 0,15mm. Sua graduação é 0,15/4,8mm.
Fíler: Agregado de graduação 0,005/0,075; com grãos da mesma grandeza de grãos de cimento. Material obtido por decantação nos tanques das instalações de lavagem de britas das pedreiras. É utilizado em mastiques betumi­nosos, concretos asfálticos e espessamentos de betumes fluídos.
Restolho: material granular de grãos frágeis que pode conter uma parcela de solos. É retirado do fluxo na saída do britador primário.” (BAUER, 2008, p. 53)

     Em uma obra é possível usar tanto pedras pequenas quanto as grandes, indo de acordo com a necessidade da construção. O importante é essas pedras sejam de materiais duráveis, resistentes e de granulação parametrizada, para que não comprometa a qualidade e desempenho da obra.
     A pedra brita é formada por diversos tipos de pedras e rochas, a mais utilizadas são o basalto (usada para como agregado asfáltica / figura 4), gnaisses (usais em britas tradicionais) e granitos (usual devido sua alta resistência a compressão).

Imagem 4 – Basalto geralmente usado em pavimentações


Fonte: Disponível <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/>

1.2.2     Cascalho


     Ao contrário da brita que possui formato parametrizado, o Cascalho são pedras com significativa variação na formação e tamanho, desgastada pela ação natural dos mares (esse tipo de cascalho é contraindicado), rios ou força maior. É um agregado de origem natural, muito barato devido ao fato de que trata-se de um recurso abundante na natureza.
     Segundo Chiossi (1979) o cascalho é aplicado na construção civil em na fabricação de concreto, para preencher leitos e estradas de terra, enfeitar jardins ou completar buracos.

1.2.3     Areias


A Areia é um agregado de origem natural em abundancia na natureza, possui granulometria entre 0,05 e 5 centímetros (ABNT NTR 7214, 1982), são resultado natural da ação da natureza para com as pedras e rochas.
     O profissional da área de engenharia tem que se atentar para o grau de pureza da areia, pois se houver alto teor sílico (sal) a massa terá liga, mas posteriormente entrará em colapso e dissolverá.

1.3      Elétrica


1.3.1     Fios e cabos


     A função dos fios é cabos é conduzir a corrente; quanto maior for a intensidade da corrente, maior será o tamanho do cabo.
     Os cabos de força devem atender a um fluxo contínuo e equivalente a intensidade necessária, pois se a tensão recebida não for suficiente no final da instalação o funcionamento do aparelho poderá ficar comprometido e gradativamente danificado.
     Caso o ponto da tomada seja distante da instalação o especialista em elétrica terá que recorrer ao uso de um fio com a bitola (tamanho) maior, uma vez que a tensão diminui a cada etapa do caminho para o ponto de provimento.  Existem vários tipos de fios, cada um com sua respectiva aplicabilidade e funcionalidade.
     O condutor sólido é um fio sólido de cobre, coberto por uma capa de plástico, é encontrado geralmente em imóveis antigos e também recomendado para chuveiros elétricos; entretanto é cabo mais inflexível de todos, ele não pode ser muito manuseado porque está sujeito a quebrar ou perder sua potencialidade.
     Já os fios condutores e flexíveis, tratam-se de cabos encapados com plásticos (XLPE, PE, PVC, EPR, etc) com vários fios de cobre juntos e torcidos, viabilizando o manuseio. São atualmente muito usados pelos eletricistas devido sua praticidade. Os cabos e fios se dividem em condutor simples, cabo unipolar (imagem 5) e multipolar (imagem 5), cabo de alimentação e multiplexado.

Imagem 5 – Cabo Isolado, Unipolar e Multipolar


Fonte: Disponível em < www.digel.com.br >

                 A ABNT (NBR54190, 2004), determina quais são os fios que deverão ser utilizado em uma obra de construção unifamiliar através dos graus de suas espessuras, variando de 1,5 mm² para pontos inerentes a iluminação, 2,5mm² para pontos de alimentação, entretanto as espessuras também determinam o tipo de local ao qual eles atenderão.

Imagem 6 – Exemplos de Condutores, seção e métrica
Fonte: Disponível em < www.digel.com.br>
     As normas da ABNT especificam detalhadamente as espessuras mínimas das instalações domésticas, industriais, comerciais, dentre outras. Na figura 6 é possível notar que os condutores são divididos em seções (mm²), através delas (suportadas pela ABNT 5410/04) é possível saber em quais casos elas deverão ser aplicadas, por exemplo, a ABNT determina (sugere) que seja usada uma seção (bitola) de 2,5 para circuitos e 1,5 para iluminação residenciais. Sempre que houver necessidade de aplicar um novo sistema de fiação, o especialista em elétrica deverá recorrer aos acordes da ABNT e verificar qual é a bitola e parâmetros mais adequados para os mais diversos tipos de edificações.

1.3.2     Disjuntor


O disjuntor é uma espécie de dispositivo “funil” que limita a quantidade de corrente que percorrerá um determinado condutor, uma vez que como explanado anteriormente, se os produtos elétricos receberem qualquer tipo de sobrecarga é natural que cause complicações em sua estrutura que sua respectiva queima. Por ser eletromecânico o disjuntor tem como funcionalidade bloquear vales na estrutura da corrente contínua e desarmar automaticamente antes que cause danos aos produtos elétricos e a instalação.
Diferentemente dos fusíveis, o disjuntor pode ser desbloqueado manualmente por qualquer pessoa (ligando e desligando três vezes seguidas).
     Existem outros tipos de disjuntores usuais, são geralmente usados prezando pelos mesmos princípios que é controlar e proteger, tais como, o diferencial residual e o termomagnético.

1.3.3     Interruptor


Interruptor com o próprio nome diz é um dispositivo que interrompe uma corrente elétrica, geralmente utilizado para lâmpadas, sendo contraindicados no uso de grandes correntes, tais como, chuveiros, ar condicionado, lavadeiras de pratos, torneiras elétricas, pois este tipo de produto já possui um tipo específico de dispositivo de interrupção adequado a sua particularidade.

1.3.4     Tomadas


As tomadas são dispositivos elétricos que proporcionam conectividade seguro para com os aparelhos e produtos elétricos. Existem diversos tipos de tomada, entretanto apenas a do tipo N é utilizada no Brasil, os outros padrões tiveram a comercialização proibida. Entretanto, na vida prática, algumas pessoas por questão de estética e de adaptabilidade (alguns eletrodomésticos antigos possuem aquele perfil de tomada) preferem recorrer ao uso de tomadas com padrões anteriores aos de 2008.
     Os tipos de tomada A e B (figura 2) são comumente encontrados nas residências e imóveis comerciais brasileiros, pois que existem vários tipos de equipamentos que demandam o uso desta tomada (computadores importados, máquinas importadas e outros). Recorrer ao uso de adaptadores colocariam em risco a integridade do equipamento, da instalação e do imóvel (susceptível a curtos). Apesar de ser proibida a sua comercialização, é um tipo de interruptor fácil de se encontrar nos estabelecimentos.

Figura 2 – Tomadas tipo A e B

Fonte: Disponível em http://viagem.uol.com.br/conheça-os-plugs

A tomada tipo N  (Figura 2.1)é a padrão brasileira, porque além de serem seguras (crianças e curtos) são absolutamente estáveis.  Este tipo de tomada possui três entradas, duas deles inerentes a força e uma para indexação e fio-terra, sua entrada é interna e todos os produtos nos dias atuais são fabricados mediante ao uso deste tipo de tomada.

Figura 2.1 – Tomada de Tipo N

Fonte: Disponível em http://viagem.uol.com.br/conheça-os-plugs

 

1.3.5     Eletroduto

 

     Os eletrodutos são tubos que tem como finalidade proteger os cabos e fios elétricos, possibilitando a transposição das instalações sem que a qualidade e integridade do fio seja comprometida por fatores externos, como massas ou instalações; este eletrodutos podem ser de plástico, alumínio, aço, zincados ou galvanizados de maneira que atenda as especificações da situação, como em uma residência, que comumente é utilizado um eletroduto de plástico.
     O eletroduto de plástico (rígidos, flexíveis, mangueira e PVC): os tubos rígidos e de PVC atendem um parâmetro instalação (geralmente)  para exterior, enquanto os flexíveis e de mangueira são para estruturas internas.
     O restante dos eletrodutos atendem determinações diferentes, o eletroduto zincado consiste em proteção contra ferrugem, aplicado em ambientes úmidos e susceptíveis a corrosão; o tubo galvanizado (imagem 7) a fogo por serem metálicos, são resistentes e indicados para uso externo, em linha subterrâneas e em contato direto com o solo.

Imagem 7 – Eletroduto Galvanizado

Fonte: Disponível em < www.bazar339.com.br>
    
É importante ratificar que os eletrodutos metálicos obrigatoriamente devem seguir as menções da ABNT conforme disposto abaixo:
 “Eletroduto rígido de aço-carbono com revestimento protetor, com rosca ANSI/ASME B1.20.1 (Especificação). NOTA: Os eletrodutos fabricados segundo esta norma (dois tipos: pesado e extra) são, em princípio, destinados a instalações industriais e análogas”. (NBR 5597, 1995, p. 17)
“Eletroduto rígido de aço-carbono com revestimento protetor, com rosca NBR 6414 (Especificação). NOTA: Os eletrodutos fabricados segundo esta norma (um único tipo) são de paredes mais grossas e, em princípio, destinados também a instalações industriais e análogas” (NBR 5598, 199, p. 23)
“Eletroduto rígido de aço-carbono, com costura, com revestimento protetor, e rosca NBR 8133 (Especificação). NOTA: Os eletrodutos fabricados segundo esta norma (um único tipo) são de paredes finas e, em princípio, destinados a instalações não industriais.” (NBR 5624, 1993, p. 14)

Os Eletrodutos feitos em PVC devem atender as especificações da norma NBR 6150 de 1980 da ABNT onde os  “eletrodutos roscáveis e soldáveis com duas espessuras de parede (Classe A e Classe B). Os outros tipos de eletrodutos, com exceção dos eletrodutos de polietileno, são usados exclusivamente em linhas subterrâneas ou, eventualmente, contidos em canaletas” (ABNT NBR 6150, 1980, p. 12).

1.4      Hidráulica


Formam o material bruto na canalização de água, podendo ser de ferro galvanizano, plástico, cobre ou ferro fundido.

1.4.1     Tipos de Tubulações

 

A tubulação de ferro galvanizado, é aplicada embutida na parede. As curvas, derivações e reduções de diâmetro, são feitas por peças rosqueáveis, chamadas de conexões.
A tubulação é vendida em barras de 6m de comprimento, com diâmetros variando de ½ a 3, diâmetros maiores, além de serem difíceis de serem encontrados, raramente são utilizados nas instalações hidráulicas das edificações.
Os tubos de ferro e galvanizado, são vendidos em forma de sem costura e com a costura; ou com a costura podem ser do tipo leve ou pesado.
O grande inconveniente das tubulações de ferro galvanizado, é que, com o tempo, nas paredes do tubo, impurezas d’água são depositadas, fazendo diminuir a secçaõ do tudo, ocasionando corrosão.
Instalações executadas com ferro galvanizado após dez a quinze anos de uso, tem suas seções diminuídas em até 70%, propiciando a corrosão pequenas fissuras, donde se originam vazamentos.
Para conectar, aumentar ou reduzir diâmetros das tubulações de ferro galvanizado, os especialistas em hidráulica recorrem as buchas, bujões, curvas de 90° ou 45°, flanjes; cruzetas; cotovelos; luvas; luvas de redução; T 90°, T de redução; tampões ou caps; niples; reduções; uniões, etc. com os mesmos diâmetros das tubulações.
Esses diâmetros, em polegadas, e em ordem crescente, são os seguintes: ½; ¾; 1; ¼; 1 ½; 2, 2 ½, 3 e 4.
Para perfeito funcionamento, todos os aparelhos sanitários ligados a tubulação hidráulica, requerem que as tubulações tenham diâmetro mínimo.
Já ao que se concerne aos tubos e conexões de plástico, os chamados P.V.C, não são tóxicos e sendo bastantes resistentes a água. Atualmente os especialistas em hidráulica recorrem ao uso deste material, uma vez que os tubos de ferro são gradativamente trocados pelos de P.V.C.
Os tubos de P.V.C são vendidos em barras de 6m, nas bitolas ½, ¾, 1, 1 ¼, 1 ½ e 2, correspondo respectivamente aos diâmetros externos de 20mm, 25mm, 32mm, 40mm, 50mm e 60mm. Outros diâmetros com 2 ½, 3, e 4, também são encontrados com facilidade.
As conexões de P.V.C são tipos iguais às de ferro galvanizado.
O encanamento de P.V.C, somente pode ser usado nas instalações hidráulicas de água fria, não se prestando para instalações de água quente.
A única desvantagem que a tubulação de plástico apresenta em relação à tubulação de ferro galvanizado, é o perigo que existe em se furar a tubulação, quando se pretende fixar algum tipo de objeto (um quadro, por exemplo), com prego.
Para as instalações com água quente são utilizados os canos de cobre, sendo seu preço proibitivo em relação às instalações de água fria, apesar de sua grande durabilidade, não representando incrustamento de impurezas nas paredes dos tubos, não enferrujando, permitindo perfeito funcionamento das instalações.
     Existem também “tubos/canos” para coleta de água pluvial, são: calhas, água-furtada e rufo. As conexões para este tipo de encanamento dividem-se em cantos, junções, emendas, curva 45°, condutor terminal, terminal de calha.
É possível encontrar as determinações dos componentes dos sistemas hidráulicos na ABNT NBR 15813/10, servindo como base e fundamento nas explanações anteriores.

1.4.2     Instalação hidráulica de esgoto


     Todas as águas de uma fundação são canalizadas para uma rede pública, chamada rede pública de esgotos. Essa rede, recebe o esgoto e desagua em córregos ou rios.
     Segunda a ABNT (NBR 8160,1999, p. 2 e 3) existem várias designações que contemplam uma instalação de esgoto:
Aparelho Sanitário – Aparelho ligado à instalação predial, destinado ao uso da água para fins higiênicos, ou receber dejetos e águas servidas.
Caixa coletora – Caixa situada em nível inferior ao coletor predial, onde se coletam despejos, cujo esgotamento exige elevação (bombeamento).
Caixa de Inspeção – Caixa destinada a permitir a inspeção e desentupimento da canalização.
Caixa de gordura – Caixa onde a gordura é retida.
Caixa sifonada fechada – Caixa dotada de fecho hídrico, destinada a receber os efluentes dos aparelhos sanitários, menos das bacias, e descarregá-los diretamente na canalização primária.
Canalização Primária – Canalização onde tem acesso gases provenientes do coletor público.
Canalização Secundária – Canalização protegida por desconector, contra o acesso de gases provenientes do coletor público.
Coletor predial – Canalização compreendida entre a última caixa de inspeção do esgoto do prédio e a rede pública.
Coluna de ventilação – Canalização vertical, destinada à ventilação de sifões sanitários situados em pavimentos superpostos.
Desconector – Sifão sanitário ligado à uma canalização primária.
Despejos – Refugos líquidos dos edifícios, excluídas as águas pluviais.
Despejos domésticos – Despejos decorrentes do uso de água para fins higiênicos.
Fecho hídrico – Coluna líquida que, em um sifão sanitário, veda a passagem de gases.
Ramal de descarga – Canalização que recebe diretamente os efluentes de aparelhos sanitários.
Ramal de esgoto – Canalização que recebe efluentes de ramais de descarga.
Ramal  de ventilação – Tubo ventilador secundário, ligando dois ou mais tubos ventiladores individuais, a uma coluna de ventilação ou a um tubo ventilador primário.
Ralo – Caixa dotada de grelha na parte superior, destinada a receber águas de lavagens do piso ou do chuveiro.
Sifão sanitário – Dispositivo hidráulico destinado a vedar a passagem dos gases das canalizações de esgoto, para o interior do prédio.
Subcoletor – Canalização que recebe efluentes de um ou mais tubos de queda ou ramais de esgoto.
Tubo de queda – Canalização vertical que recebe efluentes dos subcoletores, ramais de esgoto e ramais de descarga.
Tubo ventilador – Canalização que sobe, destinada a permitir o acesso do ar atmosférico ao interior da canalização de esgoto e a saída de gases dessas canalizações, bem como, impedir a ruptura do fecho hídrico dos desconectores.
Tubo ventilador primário – Tubo ventilador que tem uma extremidade aberta, situada acima da cobertura do edifício.
Tubo ventilador secundário – Tem a extremidade superior ligada a um tubo primário, a uma coluna de ventilação ou a outro tubo ventilador secundário.

1.4.3     Instalação de esgotos


Segundo os princípios da ABNT (NBR 8160, 1999, p. 3), as instalações devem ser projetadas e construídas de forma a funcionar corretamente, obedecendo os itens abaixo relacionados:
1° Permitir rápido escoamento dos despejos e fácil desentupimento.
2° Vedar a passagem de gases e animais, das canalizações, para o interior da edificação.
3° Não permitir vazamentos ou escapamento de gases ou formação de depósitos no interior das canalizações.
4° Diâmetro da tubulação suficiente para a vazão de cada ramal e canalização.
5° Caimento adequado para dar escoamento rápido.
6° Eliminação tanto quanto possível de curvas acentuadas, como por exemplo, curva de 90° por duas curvas de 45°.
7° Colocar suficientes caixas de inspeção para facilitar possíveis desentupimentos, de preferência, nas curvas.
8° Assentar a tubulação de esgoto em base firme, de preferência em terreno bem compactado, ou sobre lastro de concreto, se existirem dúvidas quanto à resistência do solo. Assim, se evitam possíveis recalques na tubulação.
9° Boa conexão (ligação) entre os tubos e conexões, para evitar vazamentos que podem ocasionar o recalque da rede de esgotos.
10° Colocar caixa de gordura na saída da tubulação da pia da cozinha, evitando que as substâncias gordurosas se depositem nas paredes internas da tubulação.
     A rede de esgoto é formada por tubulações chamadas ramais, que coletam águas servidas dos aparelhos, levando-os através do coletor à rede pública, quando esta existir, ou para o poço negro, quando não houver rede pública.
     A tubulação de esgotos pode ser de: tubos e conexões de ferro fundido, de plástico ou de manilhas de barro vitrificado.
     Nas residências térreas, toda a tubulação de esgotos e respectivas conexões ficam enterradas no solo. Usualmente são executadas em manilhas de barro vitrificado, algumas vezes em plástico e, raras vezes, em ferro fundido, devido ao seu alto custo.
     Nas residências com pavimentos superiores, prédios, etc., a tubulação e conexões que foram enterradas no solo, são executadas com manilha de barro vitrificadas e, as embutidas nas lajes e paredes, em plástico ou ferro fundido.
     Quando se executa a tubulação em manilhas, estas devem estar conectadas com piche e estopa.
     Os diâmetros mínimos usados nas tubulações são de 3 polegadas para os ramais e 4 polegadas para o coletor predial; para bacias, o diâmetro mínimo do ramal é de 4 polegadas.
     O caimento da tubulação de esgotos, deverá ser no mínimo de 2%. Sempre que possível, utilizar caimento maior. O caimento de 2%  sugere que, a cada 100cm, a rede deve cair 2cm.
     A ligação das manilhas e conexões com piche e estopa, possibilita à rede, absorver pequenos recalques, pois a tubulação torna-se flexível sem quebrar. Caso a ligação entre tubos seja feita com areia e cimento, ela se tornará rígida; qualquer recalque que aconteça, a rede se quebrará.
     Na instalação da rede de esgotos, há necessidade de se usar o sistema de sifão nas ligações  dos aparelhos com os ramais, para não permitir que o mau cheiro penetre no banheiro, na cozinha, etc.
     Somente a bacia não precisa de sifão, porque ela é auto-sifonada.
     Os demais aparelhos, como lavatório, bidê, banheira, ralos, deverão ser ligados a uma caixa central munida de sifão. Esta caixa será ligada ao mesmo ramal que sai da bacia.


     As bitolas (diâmetros) mínimos das ligações dos aparelhos numa residência são:
Banheira 1  1/2 ´´
Bidê 1  1/4 ´´
Chuveiro 1  1/2 ´´
Lavatório 1  1/4 ´´
Pia da cozinha 1  1/2 ´´
Ralo  1  1/4 ´´
Tanque de lavar  1  1/2 ´´
Bacia 4´´
     Todas as bacias lançam o ramal de descarga diretamente no tubo de queda de esgotos, independente dos demais aparelhos. Cada bacia tem o seu tubo de ventilação e todas se unem na coluna de ventilação que vai sair acima do telhado.
     Os tubos de queda podem assumir diferentes tipos de ligação, sendo:
1° Ligação Direta (Sifão Individual) – Cada aparelho tem um sifão e sua ventilação, ligados ao ramal de ventilação, que por sua vez, é ligada à coluna de ventilação. Do sifão de cada aparelho, sai o ramal que vai unir-se na entrada do tubo de queda do esgoto.
2° Ligação com desconector (Sifão geral) – Todas as ligações dos aparelhos estão unidas a um sifão único, daí partindo a ligação ao tubo de queda. Após o sifão único, há uma derivação de tubo de ventilação, que vai ligada à coluna de ventilação.
3° Ligações com desconector (Caixa sinfonada) – Indica que todos os aparelhos são ligados a uma caixa sinfonada chamada desconector, daí saindo a ligação para o tubo de queda do esgoto e também um ramal de ventilação, que vai ligar-se à coluna de ventilação.

     Os tipos acima descritos representam soluções existentes para ligação dos aparelhos à rede de esgotos, sempre com tubos de ventilação e sifões para isolamento dos aparelhos em relação aos gases que se formam no esgoto


Nenhum comentário:

Postar um comentário