domingo, 10 de maio de 2015

Instalação do Canteiro de Obras e Alvenaria

 INSTALAÇÃO DO CANTEIRO DE OBRAS


Qualquer serviço de construção é chamado de obra, pois essa palavra não designa apenas a edificação de casas e edifícios. Pelo contrário, o seu sentido é muito mais abrangente. Assim, inclui qualquer construção, como: fábricas, muros de arrimo, pontes, túneis, serviços de movimentação de terra, pavimentação, etc.
É denominada início da obra, a primeira etapa de uma construção. Um conjunto de elementos deverão contemplar a estruturação de uma edificação por si só e a própria obra, inicialmente são: ligação da água e luz.
É necessário luz e água para atender aos aparatos da obra, tais como, a batoneira, vibradores; e a própria iluminação do local.
As batoneiras (imagem 8) são equipamentos utilizados para misturar areia, pedra e cimento, fazendo assim o concreto. Naturalmente pode também ser usado para fazer argamassa. Consiste basicamente em um tambor que gira, acionado por um pequeno motor.


  
Imagem 8 – Batoneira de Obra


Fonte: Disponível em < www.equipamentosdelimpeza.com.br>

Os Vibradores de concreto (imagem 9) são instrumentos que tem como função tornar o concreto mais denso. Ele espalha o concreto, fazendo com que ele preencha todos os espaços na forma, além, dos outros agregados (areia e pedra), que devem ser totalmente envoltos do cimento. Vibrar o concreto ou adensa-lo tem o mesmo significado. E isto é um trabalho de inestimável importância durante a concretagem.
O vibrador (imagem 9) é constituído de um motor, no qual uma peça que termina em ponto é acoplada (agulha). Quando o motor está em funcionamento, esta agulha vibra e, com ela, o concreto.


Imagem 9 - Vibrador de Concreto

Fonte: Disponível em < www.gopixpic.com>

ALVENARIAS


Alvenaria é o sistema de construção de estruturas, paredes e muros, feito a partir da junção de unidades como pedras, blocos ou tijolos, assentados com ou sem o uso de argamassa.

As alvenarias recebem diferentes denominações de acordo com suas características. A alvenaria insossa ou “alvenaria seca” é construída a partir da utilização de pedras ou blocos cerâmicos, assentados sem argamassa; a alvenaria ciclópica também dispensa o uso de argamassa e é executada utilizando-se grandes blocos de pedra. Há também as alvenarias com argamassa, que podem ser divididas em hidráulica e ordinária; a primeira é caracterizada pela utilização de argamassas mistas e a segunda, argamassas de cal.

As alvenarias classificam-se ainda como alvenaria de vedação, cuja função é o fechamento de edificação a partir da execução de painéis com blocos; e como alvenaria de divisão, tendo por objetivo a divisão de ambientes internos nas edificações, pela construção de painéis com blocos ou elementos especiais (gesso acartonado, por exemplo)

ARGAMASSAS UTILIZADAS NO ASSENTAMENTO DAS ALVENARIAS


     Existem três tipos de argamassas tradicionalmente usadas no assentamento das alvenarias, a argamassa de cal e areia, a mista cal-cimento-areia, e a argamassa de cimento e areia.
     A argamassa de cimento e areia tem a proporção de 1 volume de calta para cada 3 volumes de areia média, mas água para lhe dar uma resistência média. Ela demora exatamente 28 me de cimento, para 8 volumes de areia para secar e obter a resistência.
     Este tipo de argamassa é aconselhável para alvenarias de elevação de tijolos de barro, ou alvenarias de vedação com blocos de tijolos cerâmicos. Não é usada em alvenarias estruturais e fundações. Nesses casos, seu uso é somente compreendido em se tratando de obras de pequeno porte (casas térreas e sobrados) com cintas de amarração de concreto armado.
     A argamassa mista cal-cimento-areia meça a dosagem de 2 volumes de cal, para um volume de cimento, para 8 volumes de areia média, mais água para formar a mistura.
     Este tipo de argamassa não é admitido em alvenarias estruturais armadas. Sua aplicação é recomendada em alvenarias de fundações de tijolos maciços; paredes externas e internas das casas, sobrados, prédios; paredes de vedação de tijolos maciços ou blocos cerâmicos; ou ainda, em alvenarias estruturais de tijolos de barro para obras de pequeno porte, auxiliadas com cintas de amarração de concreto armado.
     A argamassa de cimento e areia possui uma dosagem correspondente a um volume de cimento para 4 volumes de areia grossa, mais água para formar a argamassa.
     Não há proibições quanto ao uso desta mistura; ela pode ser aplicada em qualquer tipo de alvenaria ou bloco. Sua única limitação é imposta pelo dinheiro, pois consome muito cimento, torando-se muito cara.


TIPOS DE ALVENARIAS


As alvenarias podem ser classificadas de acordo com os materiais com os quais serão executadas.
Podem ser executadas com Pedras Naturais, sendo divididas em Pedras Irregulares e Pedras Regulares; no primeiro caso, a alvenaria é construída com pedras em estado natural, encaixadas entre si ou assentadas com argamassa. No caso das alvenarias com Pedras Irregulares, usa-se pedras naturais trabalhadas, com ou sem a utilização de argamassa.
As alvenarias também podem ser construídas com Pedras artificiais, sendo classificadas em: Alvenaria de tijolos cerâmicos: de concreto, silicocalcário, concreto celular, de vidro, solo-cimento, barro cru, carro cozido, refratório, barro cozido, .laminado, concreto leve, etc.
As Alvenarias de Tijolos cerâmicos são formadas por blocos fabricados a partir do seguinte sistema: primeiro, ocorre a prensagem ou extrusão da argila; em seguida, há um processo de pré-secagem natural; em seguida, o elemento passa por um processo de queima controlada a uma alta temperatura, resultando na produção de blocos maciços ou furados, com dimensões padronizadas e normatizadas, para utilização em alvenarias de vedação  nas construções.
Em seus mais diversos formatos, os tijolos e blocos cerâmicos possuem formas complementares que auxiliam em formatos aos quais os tijolos tradicionais (inteiro e meio bloco), por exemplo, bloco para estrutura hidráulica, com verga para janelas, para instalações elétricas, para cantos ou envergaduras, melhorar amarração, dentre outros; vide figura 3 que ilustra a aplicabilidade destes blocos..



Figura 3 – Tijolo Cerâmico


Fonte: Disponível em < http://equipedeobra.pini.com.br//>

Segundo as normas da ABNT (NBR 15813, 2010, p. 33) as alvenarias com blocos de concreto são construídas utilizando-se blocos com as dimensões 19x19x39 cm e 15x19x39 cm respectivamente, sendo muito resistentes à compressão. Tais blocos são assentados com argamassa ou a partir da construção em alvenaria armada. Mas existem outras formas e dimensões para os blocos de concreto; tais como, bloco de vedação, canaleta, bloco de vedação aparente, meia canaleta, bloco estrutural, canaleta estrutural, meio bloco, bloco curvo, bloco compensador.

  
Figura 3.1  Blocos de Concreto Vedação, Canaleta, Vedação Aparente e Meia Canaleta


Fonte: Disponível em < http://www.dubloco.com.br/>

Os tijolos “canaletas”, em forma de “J” ou “U”, servem para atender a necessidade de encaixe entre as paredes e a laje e para concretar vergas (parte de cima do guarnecimento de um vão) e vigas, respectivamente.
Os blocos de concreto de vedação aparente e estruturais auxiliam na estrutura hidráulica, uma vez que servem para instrumentabilizar e viabilizar o encanamento.
     A definição de blocos sílico-calcários (imagem 9) segunda a ABNT é a seguinte “Blocos prismáticos para alvenaria, fabricados com cal e agregados finos, de natureza predominantemente quartzo, que depois da mistura íntima são moldados em peças, por pressão e compactação, sofrendo posteriormente endurecimento sob ação de calor e pressão de vapor.” (ABNT 14974, 2003, p.2). Portanto, tratam-se de tijolos feitos de areia e cal viva que foram submetidos para endurecimento sob calor e pressão a vapor, preservando características estruturais de um bloco de concreto. É muito utilizado em regiões onde o isolamento térmico é importante, possui boa isolação acústica e facilmente quebrável..

Imagem 9 – Blocos sílico-calcários


Fonte: Disponível em < http://www.ufrgs.br/>

Alvenarias de Blocos de concreto leve são construídas a partir uma mistura de cimento, cal, areia e pó de alumínio; tal mistura permite a formação de um produto poroso, leve, resistente e estável, com dimensões e espessuras variadas, que permitem a execução de paredes de vedação e lajes.
Alvenarias de Blocos de solo-cimento são produzidos a por uma prensa hidráulica, com massa de solos argilosos ou areno-argilosos, acrescida de cimento com baixa umidade.

1.3      Alvenaria confeccionada


1.3.1     Processo de assentamento


Em um processo de alvenaria é imprescindível preparar o solo que receberá a parede a ser trabalhada, geralmente são gastas no mínimo 24 horas para confecção do piso, que naturalmente, tem estar fundamentado e impermeabilizado.
Em um processo de alvenaria, após o assentamento (confecção da primeira fileira) os cantos são os primeiros a serem levantados (figura 4), pois a partir destes será possível erguer o restante da parede sem preocupações inerentes ao nivelamento dos tijolos, recorrendo sempre ao uso do ferramental prumo e linha.
É importante seguir o que está disposto no projeto, deixando vãos para as janelas (no projeto) e para as portas (já predisposta na construção da primeira fileira), devendo acrescentar cerca de 10 cm na largura das portas e janelas devido as batentes. Devido ao peso das janelas, costuma-se e é indicado acrescentar vergas de sustentação para distribuir as cargas concentradas de maneira uniforme, de acordo com a necessidade da construção.
Os tijolos deverão ser assentados com as juntas desencontradas, garantindo maior segurança e estabilidade para a parede; os mesmos deverão ficar em uma distancia aproximada de 1,0 cm na vertical e 1,5 cm na horizontal. O nivelamento deverá ser coordenado mediante a ligação dos dois pontos das extremidades (figura 4), assentando com a face perto da linha e arrumando com a colher de pedreiro as deformidades e desníveis.



Figura 4 - Detalhe do nivelamento da elevação da alvenaria

Fonte: Disponível em < http://dc401.4shared.com/doc/VDm03wdT/preview.html>

     Existe uma infinidade de amarrações, vão de acordo com a criatividade de seu percursor e também com a viabilidade suportada pela estabilidade da parede. Parte destes princípios se aplicam aos outros tipos de blocos ou tijolos, o processo de assentamento por exemplo; sempre deve ser considerando a força, segurança e naturalmente a estabilidade da parede em seu produto final.
     O engenheiro deverá sempre se atentar para o tipo de junta ao qual submeterá a construção de sua parede e ao acabamento dos tijolos, pois é fator determinante na qualidade e estética da alvenaria.
     No caso das amarrações escorrida e de chanfro invertido (figura 5) poderão incorrer de infiltrações, acúmulo de pó, sujeiras, comprometer a durabilidade, formação de musgo; em geral complicações desnecessárias.

Figura 5 –Tipos de Juntas


Fonte: Disponível em <http://www.forumdaconstrucao.com.br/>
     

1.3.2     Alvenaria com Blocos de Concreto

 

     O processo de alvenaria com blocos de concreto são parecidos com o de tijolos; iniciando-se pela primeira fileira, cantos e posteriormente nivelando com prumo e fiada. Entretanto no processo de alvenaria com blocos é um pouco mais complexo; devido ao fato de que, existem uma variedade de tijolos que se adequam a cada tipo de necessidade, tanto hidráulica quanto elétrica, fator determinado pelo projeto arquitetônico.
     Na alvenaria com blocos, os furos devem ser direcionados para baixo, pois o fundo tampado se destinará ao uso da fixação da argamassa. No caso dos tijolos furados (baianos), o assentamento adequado é onde o tijolo está “em pé” com os buracos para cima.
     Em alvenaria estrutural é necessário criar viga de travamento (para distribuição de peso), que consiste em uma fileira de tijolos em formato de canaletas ou bloco estrutural que são concretados de maneira que forme uma coluna horizontal interligada em todas as extremidades (viga de travamento), esta primeira viga deverá se feita quando a fileira atingir aproximadamente 1,2mde altura.
     Quando a alvenaria chegar ao nível da laje, é necessário construir uma fiada de concreto de modo que seja possível ligar de maneira uniforme todos a ultima fileira, no caso dos tijolos de concreto e de cerâmicas será utilizado canaletas em “u” para fomentar a última fiada de concreto. Em alguns casos, dependendo do perfil da laje, quando a alvenaria atingir o último nível, o procedimento de viga de respaldo (travamento) deverá ser aplicado duas vezes, dividindo-se por uma fileira de blocos. 
     Em uma alvenaria de blocos de concreto estrutural, as vigas verticais geralmente são formadas da seguinte maneira: quando a fileira de tijolos de concreto de chegar a aproximadamente 1,2 m de altura, será necessário consolidar a primeira parte da viga; o especialista determinará os pontos aos quais serão utilizados o bloco estrutural vazado, uma vez que este servirá como base para inserir o ferro (um ou dois) e o próprio concreto. Na segunda parte, o pedreiro deverá colocar os blocos estruturais por cima do ferro e no final do processo acrescentar o graute (massa de cimento e areia sem brita), de modo que se molde uma espécie de pilar de concreto dentro da própria estrutura.
     No caso da alvenaria tradicional com tijolos sólido ou baiano, a viga vertical será montada manualmente. O muro é levantado considerando uma distância de aproximadamente 15 cm de um para outro; depois de confeccionado e curado (fixo), serão sobrepostas duas madeiras que servirão como molde para a construção da viga. Dentro das vigas será necessário acrescentar no mínimo quatro ferros finos, tal informação é determinada pelo especialista em cálculos estruturais, posteriormente massa de concreto.

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