1 TERRENO
1.1 Geotecnia
A Geotecnia trata-se
de uma ciência no ramo da Engenharia Civil que consiste em estudar a dinâmica
dos solos. Um especialista nesta área estudará o impacto de um determinado
projeto em seu fundamento considerando sua relação com o solo, isto é,
determinando através de estudo específicos o comportamento funcional da
infraestrutura da obra em si para com o solo e vice versa, relacionando o
desempenho dos materiais em relação a respectiva meta de adensamento dos solos.
É muito importante para os engenheiros conhecer a estrutura do solo a ser
trabalhado, uma vez que ele afetará diretamente a maneira como o imóvel foi
projetado.
Em especialista em
Engenharia Civil (o mesmo se aplica para os especialistas em Geotecnia) será
responsável por determinar a capacidade de resistência do solo e indicar se ele
é adequado para dar andamento à obra, entretanto ele terá que especificar antes
de tudo o tipo de solo ao qual ele terá que trabalhar. Em resumo, segundo
Primavesi (2006), existem três tipos de solo: argiloso, arenoso e Siltoso.
1.1.1 Solo Arenoso
O solo arenoso é
constituído por um material rochoso caracterizado pela forma de grãos soltos,
arredondadas e angulares, variando pelo tamanho; é ideal para a engenharia
civil.
Em essência, o solo
arenoso é aquele onde existe uma quantidade superior de areia, sendo que sua
característica principal está em sua capacidade de não aderência, isto é, por
serem grossos possuem coesão temporária quando molhados, por terem alto grau de
permeabilidade estão mais susceptíveis a erosão se não foram trabalhos de
maneira adequada pelo especialista.
1.1.2 Solo Siltoso
Os solos Siltosos não
possuem aderência significativa (vide Imagem 1), é como uma areia em pó mas não
chega a ser uma argila. É um tipo de solo susceptível a erosões e precisa ser
constantemente trabalhado. É o solo que consta em brejos e geralmente
inadequado para construção de estruturas grandes.:
Imagem 1 –
Solo Siltoso
Fonte: Disponível em <http://www.savethewalsh.org>
1.1.3
Solo Argiloso
O solo argiloso ao contrário do arenoso não
é tão permeável, por ser um pó fino altamente coesivo e aglutinativo. É
adequado para servir como base para fundações pesadas em territórios secos e
com baixo índice de chuvas, é inviável em territórios úmidos por tornar-se
instável quando molhado.
Devido
ao seu alto nível de impermeabilidade, este solo geralmente é utilizado em
obras que necessitam de uma estrutura impermeável, por exemplo, barragens e
piscinas.
1.2
Topografia
A Topografia é uma
ciência que estuda e determina com precisão o posicionamento terrestre e
tridimensional dos pontos e das distâncias e ângulos entre eles, nestes pontos
é possível estabelecer o limite de uma propriedade.
Os especialistas
recorrem a matemática como instrumento de trabalho, realizando todas as medições
necessárias para representar os pontos de forma utilizável, estabelecendo a
posição dos pontos, mapeando com medidas de comprimento, ângulo, área, volume,
elevação, entre outros fatores de maneira que seja possível a execução de todas
as formas de execução.
Topógrafos (pessoas
que trabalham com topografia) costumam usar como instrumento de trabalho o
Taqueômetro Estação Total (Taqueômetro), que serve para medir ângulos e
distâncias, sendo capaz de executar cálculos convertendo as retas em coordenadas,
que por sua vez são salvas instantaneamente; é possível consultar um mapa dos
pontos considerados.
Além da Estação
Total, um profissional da Topografia também utiliza como instrumento de
trabalho receptores GPS, rádios e computadores com softwares personalizados.
Imagem 2 – Estação Total
Fonte:
Disponível em < http://www.stagricola.com>
1.3
Fundação
Fundação é a parte baixa da estrutura de
uma edificação, sendo elementos que suportam toda estrutura que se encontra na
parte superior (BEOHAR, 2005, p. 90). As estruturas deverão estar preparadas
para suportar qualquer oscilação e a dinâmica da edificação.
Segundo Azeredo (1977) as fundações são
elementos estruturais destinados a transmitir ao terreno cargas de uma
estrutura, onde dividindo-se em dois grupos: fundações diretas (ou rasas) e
fundações indiretas (ou profundas) (AZEREDO, 1977, p. 29).
As fundações diretas: também são conhecidas
como fundações rasas. São fundações que se apoiam no solo a uma pequena
profundidade abaixo do nível do terreno. Essas fundações podem ser de quatro
tipos: sapatas de fundação, sapatas corridas e radier.
Sapatas de fundação são fundações isoladas,
com grande área de distribuição e pouca altura, podendo assumir diversas
formas, mas sempre executadas em concreto armado.
Figura 1 – Tipos de
Fundações Diretas (ou rasas)
Fonte: Livro O Edifício Até
sua Cobertura – Azeredo (1977), página 30 (editado)
Para um Engenheiro construir uma fundação,
inicialmente ele precisa conhecer o solo ao qual dispenderá a obra, obter suas
características e perfil para dar início a construção. Segundo Brito (2007) em
uma fundação bem feita, o custo desta operação deverá custar até dez por centro
do custo da edificação e no mínimo três por cento (BRITO, 2007, p. 37).
Na figura 2, Azeredo faz uma abertura dos
tipos de fundações, ramificando-se em mais três tipos e seus respectivos
formatos.
Sapata Corrida ou
Contínua: Para que seja utilizado este tipo de fundamento o engenheiro deverá
se certificar que o tipo de solo seja firme e não seja susceptível a
depreciações e indeterminações.
Segundo Azeredo (1977) a execução dos
degraus devem ser feitos de modo que atendam o ângulo de quarenta e cinco graus
(Figura 2.1), de maneira que o bloco trabalhe à compressão simples, não
excedendo a profundidade de um metro (AZEREDO, 1977, p. 29).
Na figura 2.1 temos uma espécie de sapata
corrida, a elevação da alvenaria incorrerá a partir do ponto de
impermeabilização; o espaço entre as paredes da vala serão preenchidos com
terra até a altura aproximada do início da cinta. A construção em forma
triangular gradativa permite que a fundação esteja suficientemente sólida e
estável para suportar a alvenaria.
Figura 1.2 – Sapata Corrida
ou Contínua
Fonte: Livro O Edifício Até
sua Cobertura – Azeredo (1977), página 31.
Sapata Isolada:
Quando a edificação é pequena e consequentemente a carga depositada sobre o
solo também, é possível recorrer ao uso da sapata isolada. Existem duas
aplicações para este tipo de sapata, conhecidos como a simples e a armada; uma
estrutura semitriangular sobreposta a uma retangular, interligadas por uma viga
em forma de tronco (figura 2.2). Anatomicamente a sapata isolada é semelhante
uma “ponte”, uma vez que as vigias são interligadas por sapatas, isto é, ela
distribui o peso em cada sapata.
Figura 1.3 – Sapata Isolada
Fonte: Livro O Edifício Até
sua Cobertura – Azeredo (1977), página 34
Radier: São lajes de
concreto armado sobrepostas ao solo que captam o peso das vigas, pilares e
paredes de uma edificação. Geralmente os Radiers possuem cerca de dez
centímetros de espessura e servem para edificações limitadas ao piso térreo.
“Recorre-se a este
tipo de fundação quando o terreno é de baixa resistência (fraco) e a espessura da camada do solo é
relativamente profunda. Estando a camada resistente a uma profundidade que não
permite cravação de estacas, devido a pequeno cumprimento das mesmas, e por
essa ser onerosa a remoção da camada fraca de solo, opina-se pela construção do
Radier, que consiste em formar uma placa contínua em toda área da construção
com o objetivo de construir e distribuir toda a carga em toda superfície, a
mais uniformemente possível, para tanto constrói-se em concreto armado com
armadura cruzada na parte superior e na parte inferior.” (AZEREDO, 1977, p.34).
Fundações indiretas
ou profundas: são fundações aplicadas a edificações grandes e pesadas, tais
como, prédios comerciais, edifícios ou em casos onde solo só atinge a
resistência em profundidades significativas. Quando a fundação direta não pode
ser feita, devido as condições do terreno próximo a superfície do solo, usa-se
a fundação indireta. Resumem-se em estacas (madeira, aço, concreto) e tubulões
(céu aberto e pneumático).
Figura 1.4 – Tubulão céu
aberto e pneumático (respectivamente)
Fonte: Disponível em < http://infraestruturaurbana.pini.com.br/>
1.4
Nivelamento
O nivelamento consiste em determinar o nível da altura de um
piso, teto, laje, revestimento, dentre muitos outros; de maneira que as
extremidades não fiquem desniveladas ou incongruentes.
Segundo Casaca (2007), existem três tipos de nivelamento:
trigonométrico, geométrico e o Barométrico.
O tipo de nivelamento trigonométrico recorre a instrumentos de precisão
óptica que mensura ângulos verticais e horizontais; apesar de ser um
instrumento dinâmico e que pode ser utilizado em inclinações adversas, ele não
apresenta alto nível de precisão.
O nivelamento barométrico, assim como o trigonométrico, não possui alto
nível de precisão, recorre a utilização de barômetros aneroides e a a
um altímetro, considerando a pressão do ar, como uma indicação da altura. A falta de precisando desta ferramenta poderá ser mitigada
seguindo alguns procedimentos, neste ferramental para nivelamento é
necessário realizar as medidas entre as duas extremidades usando o instrumento
e uma haste de medição.
Ao usar um nível óptico, o ponto final para ser nivelado pode
estar fora do alcance do instrumento, ou pode haver obstruções ou grandes
mudanças de elevação entre os pontos finais. Nestas situações, são
necessários vários ajustes. A
fim de "ligar" o nível, é preciso primeiro fazer a leitura e gravar a
elevação do ponto onde haste está localizada. Enquanto a haste é
mantida exatamente no mesmo local, o nível é deslocado para uma nova posição na
qual a haste é ainda visível. A
leitura é feita a partir do novo local do nível e a diferença de altura é usada
para encontrar a nova elevação do nível. Este pode procedimento,
então, poderá ser repetido até que a série de medições sejam concluídas.
O nivelamento geométrico é o mais preciso de todos, uma vez que
utiliza um instrumento denominado “nível”.
Existem outros métodos de nivelamento muito utilizados
internamente nas obras, um deles é mangueira d’água, trata-se de uma mangueira
transparente com água dentro, é possível determinar o nível do piso em função
da água nas extremidades. Outras ferramentas muito utilizadas são o nível e
prumo e o nível de bolha.
Imagem 3 – Nível com Prumo e
Régua Nível Bolha (respectivamente)
.
Fonte: Disponível em <
http://ferramentasthompson.com.br/
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