domingo, 10 de maio de 2015

Terreno da Obra

1      TERRENO


1.1     Geotecnia


A Geotecnia trata-se de uma ciência no ramo da Engenharia Civil que consiste em estudar a dinâmica dos solos. Um especialista nesta área estudará o impacto de um determinado projeto em seu fundamento considerando sua relação com o solo, isto é, determinando através de estudo específicos o comportamento funcional da infraestrutura da obra em si para com o solo e vice versa, relacionando o desempenho dos materiais em relação a respectiva meta de adensamento dos solos. É muito importante para os engenheiros conhecer a estrutura do solo a ser trabalhado, uma vez que ele afetará diretamente a maneira como o imóvel foi projetado.
Em especialista em Engenharia Civil (o mesmo se aplica para os especialistas em Geotecnia) será responsável por determinar a capacidade de resistência do solo e indicar se ele é adequado para dar andamento à obra, entretanto ele terá que especificar antes de tudo o tipo de solo ao qual ele terá que trabalhar. Em resumo, segundo Primavesi (2006), existem três tipos de solo: argiloso, arenoso e Siltoso. 

1.1.1    Solo Arenoso


O solo arenoso é constituído por um material rochoso caracterizado pela forma de grãos soltos, arredondadas e angulares, variando pelo tamanho; é ideal para a engenharia civil. 
Em essência, o solo arenoso é aquele onde existe uma quantidade superior de areia, sendo que sua característica principal está em sua capacidade de não aderência, isto é, por serem grossos possuem coesão temporária quando molhados, por terem alto grau de permeabilidade estão mais susceptíveis a erosão se não foram trabalhos de maneira adequada pelo especialista.

1.1.2    Solo Siltoso


Os solos Siltosos não possuem aderência significativa (vide Imagem 1), é como uma areia em pó mas não chega a ser uma argila. É um tipo de solo susceptível a erosões e precisa ser constantemente trabalhado. É o solo que consta em brejos e geralmente inadequado para construção de estruturas grandes.:

Imagem 1 – Solo Siltoso

Fonte: Disponível em <http://www.savethewalsh.org>

 

1.1.3     Solo Argiloso

    
     O solo argiloso ao contrário do arenoso não é tão permeável, por ser um pó fino altamente coesivo e aglutinativo. É adequado para servir como base para fundações pesadas em territórios secos e com baixo índice de chuvas, é inviável em territórios úmidos por tornar-se instável quando molhado.
     Devido ao seu alto nível de impermeabilidade, este solo geralmente é utilizado em obras que necessitam de uma estrutura impermeável, por exemplo, barragens e piscinas.

1.2      Topografia


A Topografia é uma ciência que estuda e determina com precisão o posicionamento terrestre e tridimensional dos pontos e das distâncias e ângulos entre eles, nestes pontos é possível estabelecer o limite de uma propriedade.
Os especialistas recorrem a matemática como instrumento de trabalho, realizando todas as medições necessárias para representar os pontos de forma utilizável, estabelecendo a posição dos pontos, mapeando com medidas de comprimento, ângulo, área, volume, elevação, entre outros fatores de maneira que seja possível a execução de todas as formas de execução.
Topógrafos (pessoas que trabalham com topografia) costumam usar como instrumento de trabalho o Taqueômetro Estação Total (Taqueômetro), que serve para medir ângulos e distâncias, sendo capaz de executar cálculos convertendo as retas em coordenadas, que por sua vez são salvas instantaneamente; é possível consultar um mapa dos pontos considerados.
Além da Estação Total, um profissional da Topografia também utiliza como instrumento de trabalho receptores GPS, rádios e computadores com softwares personalizados.




Imagem 2 – Estação Total

Fonte: Disponível em < http://www.stagricola.com>

1.3      Fundação


     Fundação é a parte baixa da estrutura de uma edificação, sendo elementos que suportam toda estrutura que se encontra na parte superior (BEOHAR, 2005, p. 90). As estruturas deverão estar preparadas para suportar qualquer oscilação e a dinâmica da edificação.
     Segundo Azeredo (1977) as fundações são elementos estruturais destinados a transmitir ao terreno cargas de uma estrutura, onde dividindo-se em dois grupos: fundações diretas (ou rasas) e fundações indiretas (ou profundas) (AZEREDO, 1977, p. 29).
     As fundações diretas: também são conhecidas como fundações rasas. São fundações que se apoiam no solo a uma pequena profundidade abaixo do nível do terreno. Essas fundações podem ser de quatro tipos: sapatas de fundação, sapatas corridas e radier.
     Sapatas de fundação são fundações isoladas, com grande área de distribuição e pouca altura, podendo assumir diversas formas, mas sempre executadas em concreto armado.       
Figura 1 – Tipos de Fundações Diretas (ou rasas)

Fonte: Livro O Edifício Até sua Cobertura – Azeredo (1977), página 30 (editado)

     Para um Engenheiro construir uma fundação, inicialmente ele precisa conhecer o solo ao qual dispenderá a obra, obter suas características e perfil para dar início a construção. Segundo Brito (2007) em uma fundação bem feita, o custo desta operação deverá custar até dez por centro do custo da edificação e no mínimo três por cento (BRITO, 2007, p. 37).
     Na figura 2, Azeredo faz uma abertura dos tipos de fundações, ramificando-se em mais três tipos e seus respectivos formatos.
Sapata Corrida ou Contínua: Para que seja utilizado este tipo de fundamento o engenheiro deverá se certificar que o tipo de solo seja firme e não seja susceptível a depreciações e indeterminações.
     Segundo Azeredo (1977) a execução dos degraus devem ser feitos de modo que atendam o ângulo de quarenta e cinco graus (Figura 2.1), de maneira que o bloco trabalhe à compressão simples, não excedendo a profundidade de um metro (AZEREDO, 1977, p. 29).
     Na figura 2.1 temos uma espécie de sapata corrida, a elevação da alvenaria incorrerá a partir do ponto de impermeabilização; o espaço entre as paredes da vala serão preenchidos com terra até a altura aproximada do início da cinta. A construção em forma triangular gradativa permite que a fundação esteja suficientemente sólida e estável para suportar a alvenaria.

Figura 1.2 – Sapata Corrida ou Contínua

Fonte: Livro O Edifício Até sua Cobertura – Azeredo (1977), página 31.

Sapata Isolada: Quando a edificação é pequena e consequentemente a carga depositada sobre o solo também, é possível recorrer ao uso da sapata isolada. Existem duas aplicações para este tipo de sapata, conhecidos como a simples e a armada; uma estrutura semitriangular sobreposta a uma retangular, interligadas por uma viga em forma de tronco (figura 2.2). Anatomicamente a sapata isolada é semelhante uma “ponte”, uma vez que as vigias são interligadas por sapatas, isto é, ela distribui o peso em cada sapata.


Figura 1.3 – Sapata Isolada


Fonte: Livro O Edifício Até sua Cobertura – Azeredo (1977), página 34

Radier: São lajes de concreto armado sobrepostas ao solo que captam o peso das vigas, pilares e paredes de uma edificação. Geralmente os Radiers possuem cerca de dez centímetros de espessura e servem para edificações limitadas ao piso térreo.
“Recorre-se a este tipo de fundação quando o terreno é de baixa resistência  (fraco) e a espessura da camada do solo é relativamente profunda. Estando a camada resistente a uma profundidade que não permite cravação de estacas, devido a pequeno cumprimento das mesmas, e por essa ser onerosa a remoção da camada fraca de solo, opina-se pela construção do Radier, que consiste em formar uma placa contínua em toda área da construção com o objetivo de construir e distribuir toda a carga em toda superfície, a mais uniformemente possível, para tanto constrói-se em concreto armado com armadura cruzada na parte superior e na parte inferior.” (AZEREDO, 1977, p.34).
    
Fundações indiretas ou profundas: são fundações aplicadas a edificações grandes e pesadas, tais como, prédios comerciais, edifícios ou em casos onde solo só atinge a resistência em profundidades significativas. Quando a fundação direta não pode ser feita, devido as condições do terreno próximo a superfície do solo, usa-se a fundação indireta. Resumem-se em estacas (madeira, aço, concreto) e tubulões (céu aberto e pneumático).

Figura 1.4 – Tubulão céu aberto e pneumático (respectivamente)

Fonte: Disponível em < http://infraestruturaurbana.pini.com.br/>

1.4      Nivelamento


O nivelamento consiste em determinar o nível da altura de um piso, teto, laje, revestimento, dentre muitos outros; de maneira que as extremidades não fiquem desniveladas ou incongruentes.
Segundo Casaca (2007), existem três tipos de nivelamento: trigonométrico, geométrico e o Barométrico.
O tipo de nivelamento trigonométrico recorre a instrumentos de precisão óptica que mensura ângulos verticais e horizontais; apesar de ser um instrumento dinâmico e que pode ser utilizado em inclinações adversas, ele não apresenta alto nível de precisão.
O nivelamento barométrico, assim como o trigonométrico, não possui alto nível de precisão, recorre a utilização de barômetros aneroides e a a um altímetro, considerando a pressão do ar, como uma indicação da altura. A falta de precisando desta ferramenta poderá ser mitigada seguindo alguns procedimentos, neste ferramental para nivelamento é necessário realizar as medidas entre as duas extremidades usando o instrumento e uma haste de medição. 
Ao usar um nível óptico, o ponto final para ser nivelado pode estar fora do alcance do instrumento, ou pode haver obstruções ou grandes mudanças de elevação entre os pontos finais. Nestas situações, são necessários vários ajustes. A fim de "ligar" o nível, é preciso primeiro fazer a leitura e gravar a elevação do ponto onde haste está localizada. Enquanto a haste é mantida exatamente no mesmo local, o nível é deslocado para uma nova posição na qual a haste é ainda visível. A leitura é feita a partir do novo local do nível e a diferença de altura é usada para encontrar a nova elevação do nível. Este pode procedimento, então, poderá ser repetido até que a série de medições sejam concluídas.
O nivelamento geométrico é o mais preciso de todos, uma vez que utiliza um instrumento denominado “nível”.
Existem outros métodos de nivelamento muito utilizados internamente nas obras, um deles é mangueira d’água, trata-se de uma mangueira transparente com água dentro, é possível determinar o nível do piso em função da água nas extremidades. Outras ferramentas muito utilizadas são o nível e prumo e o nível de bolha.

Imagem 3 – Nível com Prumo e Régua Nível Bolha (respectivamente)
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Fonte: Disponível em < http://ferramentasthompson.com.br/

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